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Eu gostaria de lhes dar algo velho, só pra enrolar, fingindo que me importo. Mas o que é velho é velho porque eu já fiz, quando era quem era lá atrás no tempo – inaceitável pra mim, que não tenho lá uma autoestima retrô (ou seja: me importo). Hoje eu sou melhor, faço melhor, e amanhã bem mais o serei, o farei, e assim por diante.

Todos os seus presentes te esperam no (nosso) futuro.

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Anúncio de uma vida estagnada

    Eu gostaria de informar a todos que eu tentei, e tentei com todas as minhas forças, mas fracassei. Tenho todo um universo em minha mente e não encontrei nada pra dizer. Na verdade, eu não quero exatamente dizer alguma coisa – estou tão mal que até ando me expressando mal. Eu só quero fazer alguma coisa, colocar algo na existência que sirva de marco, uma prova de que o tempo ainda se move e que eu estou me movendo com ele.

    Quis criar uma história de uma mulher que trocou o grande amor de sua existência por algo melhor e maior – uma vida, mas ela deu um passo e congelou, e já estou com bastante frio para ficar segurando coisas congeladas.

    Então, eu quis fazer um poema. Mas em algum dia que minha memória já afundou e repuxou vezes de mais para poder me dizer exatamente quando, me disseram que poemas são a petrificação de um momento, que o poeta aprisiona uma emoção pela imortalidade. E eu já decidi que não quero nada estático, obrigado.
Existe uma janela, porém. Mas ela ainda não tem parede nem cortina, e a construção de tudo isso é uma história que ainda vai demorar, e eu quero me mover logo. melhor dizendo, eu quero provar que me movi logo. Agora.

    Talvez, e eu penso isso depois de quatro parágrafos de reflexão, a verdade seja que eu no fundo quero dizer alguma coisa, mas nada do que já andei criando tem o formato certo para cobrir a sinceridade. O que eu quero dizer com isso? Para exemplificar bem o meu ponto, eu não deveria nem explicar, mas lá vou eu:

    É que sinceridade direta me incomoda. Mostrar a verdade já é duro o suficiente sem que eu tenho que ser obrigada à tirá-la de onde ela veio na frente de todos – ela se prende pra não sair e acaba vindo incompleta. Por isso eu aprendi a cobrí-la com uma história, e assim ela se solta mais. A verdade se mostra mais quando está coberta, é isso.

    Oh, quem é que eu estou enganando? É claro que tudo isso é apenas outra história!

    A verdade mesmo é que eu não tenho nada dentro de mim neste momento que consiga colocar algo para se mover.

Nesse post, eu simultaneamente dramatizo meu tédio absoluto causado pela suspensão das aulas e da greve de ônibus vivenciada na cidade, bato ponto no blog para não abandoná-lo, dou uma de escritora colunista de revista/jornal que escreve porra nenhuma só pra escrever alguma coisa pra edição da vez, e faço propaganda d’A Janela, o conto que está pro vir. O grande (em extensão – para os meus padrões, quer dizer, olha o comprimento desse post) conto que está por vir. Fiquem ligados beyjos.