Rápida atualização

Para quem ainda não me ouviu reclamar para saber, o prédio ao lado do meu está em reforma. Todo dia de semana desde semana passada então eu sou tirada da cama às 8h da manhã e tenho que fugir de casa feito retirante a menos que queira ser torturada o dia inteiro com o barulho de reforma, algo que me irrita irracionalmente. O lado ruim é que estou sendo arrancada do lar, é claro, mas o lado bom, pois dessa vez estou sendo otimista e vendo um lado bom, é que isso está me ajudando horrores a escrever minha história do Nanowrimo!

Na verdade, essa participação está sendo bastante informal – eu nem piso no fórum deles e estou escrevendo num caderno, já que digitando eu não sei o que é produção. Estimo que já devo ter escrito 3,200 palavras – o que é um fracasso se você considerar que hoje no Facebook os coordenadores do Nanowrimo anunciaram que a meta do dia é 10,000. Mas eu tenho fé e um prédio em obras ao meu lado!

Hoje eu passei o dia num café com ar condicionado que tem perto de casa. Tentei me instalar na Subway, mas lá era cheio de mosquitos, então fui pra esse café. Passei 3 ou 4 horas lá e só consumi um suco de laranja de qualidade mediana! Pensei que seria posta para fora ou obrigada a pagar uma taxa de aluguel de cadeira, mas esse café vive tão vazio que acabou que saí de lá sabendo da vida da garçonete. A ironia é que ela era uma aspirante a estudante de engenharia civil e que “desde pequena” era “apaixonada por construções”!! Quase perguntei a ela se por acaso ela já passou mais de duas horas perto de uma pra testar esse amor, mas achei melhor não. Depois achei que devia ter perguntado mesmo porque depois da cara de ânimo sugado que ela me fez quando eu disse que fazia Letras ela merecia mesmo, mas a gentileza me calou!

De qualquer forma, foi uma experiência interessante -comum, na verdade, mas eu nunca fui boa em puxar conversa com garçons e taxistas e pessoas do meu lado no ônibus, então pra mim foi uma experiência inusitada!

Obs: um velho se achou no direito de me chamar de “coisa linda” na rua hoje. Eu, agora praticante da modalidade “Seja grosseira com imbecis na rua” meti meu dedo do meio na fuça dele (figurativamente falando é claro) e ele ainda ficou espantado e achou ruim! Na hora se converteu de “velho filho da puta descarado” à “velho ditador de bons modos”, mas eu sou diva demais pra ficar ouvindo uma coisa dessas e dei as costas pra ele e segui andando mesmo. Mas tive tempo de ouvir alguém rindo da cara do velho, e pelo visto ele não gostou disso também. Há!

(???)

Anúncio de uma vida estagnada

    Eu gostaria de informar a todos que eu tentei, e tentei com todas as minhas forças, mas fracassei. Tenho todo um universo em minha mente e não encontrei nada pra dizer. Na verdade, eu não quero exatamente dizer alguma coisa – estou tão mal que até ando me expressando mal. Eu só quero fazer alguma coisa, colocar algo na existência que sirva de marco, uma prova de que o tempo ainda se move e que eu estou me movendo com ele.

    Quis criar uma história de uma mulher que trocou o grande amor de sua existência por algo melhor e maior – uma vida, mas ela deu um passo e congelou, e já estou com bastante frio para ficar segurando coisas congeladas.

    Então, eu quis fazer um poema. Mas em algum dia que minha memória já afundou e repuxou vezes de mais para poder me dizer exatamente quando, me disseram que poemas são a petrificação de um momento, que o poeta aprisiona uma emoção pela imortalidade. E eu já decidi que não quero nada estático, obrigado.
Existe uma janela, porém. Mas ela ainda não tem parede nem cortina, e a construção de tudo isso é uma história que ainda vai demorar, e eu quero me mover logo. melhor dizendo, eu quero provar que me movi logo. Agora.

    Talvez, e eu penso isso depois de quatro parágrafos de reflexão, a verdade seja que eu no fundo quero dizer alguma coisa, mas nada do que já andei criando tem o formato certo para cobrir a sinceridade. O que eu quero dizer com isso? Para exemplificar bem o meu ponto, eu não deveria nem explicar, mas lá vou eu:

    É que sinceridade direta me incomoda. Mostrar a verdade já é duro o suficiente sem que eu tenho que ser obrigada à tirá-la de onde ela veio na frente de todos – ela se prende pra não sair e acaba vindo incompleta. Por isso eu aprendi a cobrí-la com uma história, e assim ela se solta mais. A verdade se mostra mais quando está coberta, é isso.

    Oh, quem é que eu estou enganando? É claro que tudo isso é apenas outra história!

    A verdade mesmo é que eu não tenho nada dentro de mim neste momento que consiga colocar algo para se mover.

Nesse post, eu simultaneamente dramatizo meu tédio absoluto causado pela suspensão das aulas e da greve de ônibus vivenciada na cidade, bato ponto no blog para não abandoná-lo, dou uma de escritora colunista de revista/jornal que escreve porra nenhuma só pra escrever alguma coisa pra edição da vez, e faço propaganda d’A Janela, o conto que está pro vir. O grande (em extensão – para os meus padrões, quer dizer, olha o comprimento desse post) conto que está por vir. Fiquem ligados beyjos.

Post incomum (O viajante)

    Estou estranhando a frequência com que ando postando no blog. Geralmente eu posto menos, bem menos. E para completar a estranheza geral, hoje eu fiz um poema!

    A coisa é: Eu sou uma completa mula quando se trata de poesia em geral. Vergonha para uma aluna de Letras, mas é. Eu não faço poesia e nem leio poesia, não é muito a minha praia e geralmente me perco toda. Não sei o que me deu para sair desta rotina hoje, mas saí e fiz um poema! Será que eu devia radicalizar de vez e começar a ler mais poesia também?

    Enfim, eis o poema de hoje:

O viajante
Eu andei por todo o universo
Eu corri sem parar no deserto
Mas quase afundei na areia, então,
Eu fui para um planeta só de mar
E lá lembrei que eu não sei nadar
Fui viver nas florestas, então,
Agora eu sei subir nas árvores,
E fui bicado por mil aves
Quase desisti de viajar, mas então,
Achei um baú de diamantes!
Que nem eram tão brilhantes
Uma vez eu me perdi, mas então
Fui salvo por piratas
E vendido a aristocratas
Fugi nos fundos de um caminhão, e então
Eu me achei no maior mercado do mundo
E o que ele tinha de grande, tinha de imundo
Mas já que estava numa cidade, então
Fui estudar na melhor biblioteca
E quase queimei tudo com uma vela
Pensei em ver um céu de estrelas, e então
Fui procurar carona na estrada
E subi numa carroça quebrada
Eu consegui chegar no povoado, e então
Sentei com eles sob a lua
E contei toda a minha aventura
Eles me perguntaram, e então
Contei que dou a volta ao mundo porque
Eu ainda estou fugindo de você.


    Eu sei que não sou exatamente a melhor poetisa do mundo, mas achei esse daqui adorável – até porque se não gostasse nem publicaria, né? Espero que o achem tão adorável quando eu o achei! Ele é grande, maior do que eu esperava que fosse (até porque foi digitado no celular num horário vago hoje de tarde), e bem…. livre, digamos. quer dizer, eu sei que não é um soneto. Nem é parnasiano.


    Me perguntaram (Zoe me perguntou) se eu estou fugindo de alguém por causa desse poema, e a resposta é… não. Ele só veio, gente.

E não é como se eu fizesse poemas meio que baseados em obras que eu gosto muito ou coisa do tipo. 

De maneira alguma.

    Enfim, como eu só tenho um poema e nada interessante sobre minha vida recentemente para contar… Beijos e até mais!