O presente do hippie

    Ganhei hoje mesmo esse marcador de páginas em forma de flor de arame feita na hora por um hippie que estava sentado na  entrada principal da faculdade hoje (É hippie mesmo? Como mais você chama esses caras que vendem artesanato natural por aí?).

    Eram umas 17h e eu estava passando por lá porque é meu caminho de volta de todo dia, quando aparece esse cara e me chama e diz que quer me fazer uma pergunta rápida, e na hora eu pensei, e estou sendo honesta porque sei que um monte de gente no meu lugar pensaria o mesmo:  Ai, um hippie querendo me vender coisa. Mas aí, como ele foi educado, me deu vergonha de passar direto e lá fui eu conversar com o cara, dando logo a clássica desculpa de que sinto muito, mas tava sem tempo, tava com um pouco de pressa – Então ele perguntou meu nome, disse o nome dele, me perguntou o que eu estudava na Ufba e me contou que é do interior daqui da Bahia mas já andou pelo Nordeste todo e mais uns sete estados do país (Distrito Federal incluso, porque ele disse que gostava da Universidade de Brasília) e uns quatro países da América Latina, tudo isso enquanto mexia no arame e fazia essa florzinha, volta e meia me perguntando o que eu estava achando, e no fim das contas, quando eu finalmente o convenci de que estava com pressa, e a essa altura estava mesmo porque engarrafamento, ele me deu a florzinha em troca de algumas moedas que eu tinha na carteira.

  Ou seja, um hippie que gosta de conversar e demora demais apertando a mão dos outros me vendeu coisa hoje. Mas de um jeito legal que se tem de vender alguma coisa.

Uma vez uma colega minha no segundo ano do ensino médio ganhou um colar de um hippie também, mas no caso dela foi gratuito, eu lembro. Alguém tem uma história parecida com a minha?

Obs: Tirei a foto com esse filtro e no meu volume d’ O Pequeno Príncipe porque sou poser. Ok, era o livro mais ao alcance que eu tinha no momento. Mas não tenho justificativas para o filtro.